Aula 1 - Teorias das Relações Internacionais

A autotutela é uma marca associada ao realismo, isto é, a constatação de que o detentor de poder e de domínio sobre os demais seres tende a possuir uma percepção de que pode ser autor e julgador dos seus atos autolegitimados.

A herança teórica que contribuiu para a formação do realismo em relações internacionais está ligada ao pensamento do mundo ocidental pós-renascentista, que negou as influências do mundo oriental e greco-romano, consideradas ingênuas e ultrapassadas.

De acordo com o teórico neorrealista Kenneth Waltz, os sistemas bipolares tendem a uma maior estabilidade em razão da cooperação intra-hegemônica, gerando uma situação ímpar de rivalidade cooperativa, tendo como fulcro a manutenção do status quo.

O liberalismo clássico defende o pacifismo de cunho cooperativo, transparente e progressista, além do conjunto de princípios jusnaturalistas associados ao pensamento kantiano.

Para os teóricos liberais em relações internacionais, o direito internacional, a moralidade, o altruísmo e as organizações multilaterais internacionais, embora presentes no cenário internacional, são incapazes de modificar a natureza humana.

O institucionalismo liberal-internacionalista assevera o fato de que instituições multilaterais em conjunto com regimes internacionais normatizam a conduta externa dos Estados.

A escola crítica de relações internacionais combate o positivismo lógico-científico aplicado à política internacional pelas teorias do mainstream.

Diante da inexorabilidade do conflito nas relações internacionais, a escola inglesa questiona a incompatibilidade entre, por um lado, regras e instituições e, por outro, a anarquia internacional.

Para os teóricos construtivistas, a interação entre condições materiais, interesses e ideias constitui (e coconstitui) as relações entre agentes no plano internacional.

O pós-modernismo em relações internacionais baseia-se na efemeridade de conceitos e paradigmas, que estão em constante processo de mutação e redefinição.